a forma como os hormônios regulam o ciclo menstrual. Em homens, alterações genéticas podem comprometer a produção de espermatozoides, resultando em contagens mais baixas ou mudanças na morfologia e motilidade.
Nem sempre esses fatores genéticos são facilmente identificados, mas eles podem explicar, por exemplo, por que uma mulher apresenta falha ovariana precoce sem ter outros fatores de risco, ou por que um homem jovem e saudável tem problemas com a qualidade do sêmen. Em alguns casos, esses traços genéticos são herdados de forma silenciosa, sem manifestar sintomas óbvios, até que surjam dificuldades para engravidar.
Mas isso não significa que se você tem um histórico familiar de problemas reprodutivos, estará condenado a ter dificuldades. A genética é apenas um dos fatores que entram no cálculo da fertilidade. Outros elementos, como a dieta, o tabagismo, a exposição a toxinas e o manejo do estresse, também contam, e muito. Além disso, a medicina reprodutiva evoluiu para oferecer testes genéticos que podem ajudar a identificar mutações específicas relacionadas à fertilidade, ajudando o médico a propor abordagens mais personalizadas no tratamento.
A reprodução assistida também tem se beneficiado desses avanços. Hoje em dia, é possível analisar embriões no laboratório antes da transferência para o útero, verificando se há alterações genéticas que possam impedir a implantação ou o desenvolvimento saudável do embrião. Isso não apenas aumenta as chances de uma gravidez bem-sucedida, mas também permite evitar a transmissão de doenças hereditárias. Assim, casais com histórico genético preocupante podem tomar decisões informadas.
É importante lembrar que a genética não é a única carta do baralho. Muitas vezes, um casal sem fatores genéticos adversos pode ter dificuldades para engravidar por outros motivos, enquanto outro com mutações conhecidas pode superar esses desafios com a ajuda certa. A avaliação por um especialista em reprodução pode incluir exames genéticos quando há suspeita de algum problema hereditário, permitindo ajustes no tratamento ou a indicação de procedimentos mais específicos.
Em resumo, a genética pode, sim, influenciar a fertilidade, mas não a define por completo. Se há um histórico familiar de infertilidade, abortos recorrentes ou doenças genéticas, vale a pena conversar com um médico para investigar se a genética pode estar envolvida. Com essa informação em mãos, fica mais fácil traçar um caminho seguro e consciente na busca pela realização do sonho de formar uma família.